Manuais Operacionais

4.2 Composição e duração do esquema

O esquema avaliado pelo Study 31 constava de 8 semanas de administração diária de isoniazida, rifapentina, moxifloxacino e pirazinamida, seguidas de 9 semanas de administração diária de isoniazida, rifapentina e moxifloxacino (2HPMZ/2HPM).

Para esse esquema, sugere-se administração diária (ou seja, 7 dias por semana, conforme usada no Study 31), com a ajuda de um apoiador do tratamento ou com tratamento apoiado por vídeo.

4.1 Elegibilidade

Podem receber esse esquema de tratamento adultos e crianças de 12 anos ou mais com peso corporal superior a 40 kg e TB-S pulmonar, inclusive pessoas HIV-positivas com uma contagem de linfócitos T CD4+ superior a 100 células/mm3 e pacientes com diabetes. Devem ser destacadas as seguintes exceções, detalhadas na Seção 4.4.2:

4. Tratamento da TB-S com o esquema de 4 meses 2HPMZ/2HåPM

Três ensaios de fase III (REMoxTB, OFLOTUB e RIFAQUIN) não conseguiram demonstrar a não inferioridade dos esquemas encurtados usados no tratamento da TB-S (26–28). O recente ensaio de fase III Study 31 (1) avaliou a segurança e a eficácia de dois esquemas de 4 meses para o tratamento da TB-S (29). Foram recrutados pacientes de 13 países para esse ECR de não inferioridade, aberto, com três braços e multicêntrico realizado em adolescentes e adultos (≥ 12 anos) com TB-S pulmonar com baciloscopia e cultura positivas (29).

3.5 Monitoramento do tratamento

Deve-se assegurar que o tratamento padrão seja monitorado para avaliar a resposta ao tratamento e eventuais eventos adversos.

As ferramentas disponíveis para o monitoramento são exames bacteriológicos (baciloscopia, cultura e TS), radiografia de tórax e exame clínico realizado pelo médico que trata o paciente.

Os momentos importantes para fazer os exames necessários de monitoramento da TB são depois de 2 meses de tratamento (principalmente se o paciente não melhorar e houver suspeita de farmacorresistência e possível falência ao tratamento) e no fim do tratamento.

3.4 Subgrupos

Este esquema de 6 meses pode ser usado em todos os subgrupos, inclusive PVHA e crianças. Pode ser administrado também a pacientes com TB extrapulmonar, exceto em TB com acometimento do sistema nervoso central e em formas osteoarticulares de TB.

3.3 Considerações sobre a implementação

O esquema de 6 meses com rifampicina é o tratamento-padrão da TB-S em muitos países há muitos anos; assim, há muita experiência com o uso desse esquema.

Testagem com testes rápidos e uso universal de TS é uma meta recomendada para todos os PNCT (4). Em lugares em que ainda não se disponha habitualmente de TS para orientar o manejo de cada paciente, usam-se os antecedentes clínicos do paciente e o julgamento clínico do profissional para tomar decisões sobre o uso empírico desse esquema.

3.1 Critérios de elegibilidade

Qualquer paciente (criança ou adulto) com TB-S pode ser tratado com esse esquema. O esquema é considerado seguro para gestantes e pode ser usado também por crianças de todas as idades, embora com a possível omissão do etambutol em pacientes com sorologia negativa para HIV ou em contextos de baixa prevalência de HIV ou de resistência à isoniazida.

2.2 Atenção e apoio durante o tratamento da TB

Todos os tratamentos administrados devem estar de acordo com as recomendações da OMS, que incluem a atenção e o apoio centrados no paciente, consentimento livre e esclarecido quando necessário, princípios de boas práticas clínicas e monitoramento periódico para avaliar a efetividade do esquema e a segurança do paciente (1). O monitoramento clínico das pessoas em tratamento é importante, e este manual contém informações sobre o monitoramento do tratamento e a utilidade do seguimento pós-tratamento em casos especiais (p. ex., sequelas ou complicações de longo prazo da TB).