Manuais Operacionais

2.3 Opções de tratamento da TB-S

Com base na atual política da OMS, vários esquemas podem ser usados em pacientes com diagnóstico presumido ou confirmado de TB-S. O esquema de 6 meses tornou-se o tratamento padrão em todo o mundo, mas houve tentativas de desenvolver esquemas encurtados efetivos para tratar a TB-S. Delinearam-se vários ensaios clínicos com o objetivo de avaliar se um esquema terapêutico encurtado pode manter a alta efetividade sem criar outras preocupações de segurança.

2.2.1 Atividades de rastreamento e extramuros existentes

O custo do rastreamento, especialmente como atividade extramuros, pode ser elevado. O custo de oportunidade deve ser considerado e comparado com outras formas de melhorar a detecção precoce da TB, como o aprimoramento do itinerário iniciado por pacientes para diagnóstico da TB (vide 2.1.1). A eficiência de um programa de rastreamento pode ser aumentada mediante colaboração com outros programas sociais e de saúde.

2.2 Avaliação da situação

A epidemiologia da TB em cada ambiente e os contextos sociais e do sistema de saúde devem subsidiar as decisões sobre a estratégia de rastreamento da TB, incluindo a forma como os grupos de risco serão priorizados, qual abordagem de rastreamento escolher e a viabilidade de rastrear grupos de risco específicos. Portanto, antes de começar a fazer um planejamento detalhado, deve-se realizar uma avaliação inicial das seguintes características:

1.1 Justificativa para o rastreamento sistemático da TB doença

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa importante, porém evitável, transmitida pelo ar. Cerca de um quarto da população mundial está infectada pelo bacilo da TB, mas a grande maioria não tem a doença (1, 2). Em 2019, surgiram cerca de 10 milhões de casos novos de TB em todo o mundo, e mais de 1,4 milhão de pessoas morreram de TB, tornando-a a principal causa de morte por doença infecciosa naquele ano (2). Dos cerca de 10 milhões de pessoas que contraíram TB em 2019, estima-se que a doença deixou de ser diagnosticada em cerca de 2,9 milhões.

10.2 Considerações sobre a implementação

É importante e viável para os PNCT confirmar a cura ao fim do tratamento. O conceito de cura sem recidiva ou de sucesso sustentado do tratamento após sua conclusão é fundamental; no entanto, isso vai além dos meios de monitoramento programático habituais e só é viável em condições de pesquisa operacional (p. ex., em coortes especiais, em pacientes em reabilitação e durante o seguimento de doença pulmonar posterior à TB).

9.3 Baciloscopia e cultura de escarro

A resposta ao tratamento em pacientes com TB pulmonar também é monitorada por baciloscopia e cultura do escarro. Na TB-S pulmonar, a indicação mais importante de melhora é a negativação dos resultados da cultura de escarro (conversão). Na TB extrapulmonar, a baciloscopia e a cultura de escarro só são realizadas no período de monitoramento se o paciente apresentar sinais pulmonares ou na rara situação em que se obtém material válido para exame microbiológico do sítio extrapulmonar.

8.5 Doença hepática crônica

A isoniazida, a rifampicina e a pirazinamida podem ser hepatotóxicas. No manejo da TB em pacientes com doença hepática crônica (DHC), os especialistas recomendam o monitoramento das aminotransferases (ou seja, alanina aminotransferase [ALT] e aspartato aminotransferase [AST]), inicialmente com frequência semanal e depois quinzenal após o segundo mês de tratamento.