Manuais Operacionais

7.1 Elegibilidade

Adultos com TB extrapulmonar podem ser tratados com o esquema 2RHZE/4RH de 6 meses, exceto adultos com TB do sistema nervoso central, óssea ou articular; para essas pessoas, alguns grupos de especialistas sugerem tratamento prolongado (ou seja, de 9 a 12 meses).

Crianças de 3 meses a 16 anos com TB extrapulmonar limitada a gânglios periféricos (ou seja, sem acometimento de outros sítios pela doença) devem ser tratadas com o esquema de 4 meses (2RHZ[E]/2RH).

7. Tratamento da TB extrapulmonar

A TB extrapulmonar é uma TB ativa em outros órgãos, que não os pulmões. Cerca de 15% dos 7 milhões de casos de TB incidental notificados mundialmente em 2018 tinham TB extrapulmonar; nas regiões da OMS, a prevalência era de 8% no Pacífico Ocidental; 15% a 17% na África, nas Américas, na Europa e no Sudeste Asiático; e 24% no Mediterrâneo Oriental (5).

6.4 Monitoramento do tratamento

Não há novas considerações sobre monitoramento e avaliação além do atual tratamento padrão para PVHA. Em vista das considerações para esse subgrupo, os PNCT podem cogitar o monitoramento específico de recidivas nesse grupo de pacientes com TB. A Seção 9 apresenta mais detalhes sobre o monitoramento do tratamento.

6.3 Considerações sobre a implementação

Não há novas considerações sobre a implementação além do atual tratamento padrão para PVHA. Os PNCT devem trabalhar em estreita colaboração com os programas de HIV para ampliar ainda mais a cobertura de testagem de HIV e de TARV entre pacientes com TB. Uma exceção específica destacada na recomendação sobre o momento de iniciar a TARV diz respeito à presença de sinais e sintomas de meningite.

6.2 Composição e duração do esquema

Em todas as PVHA que têm TB-S, a duração do tratamento da TB pode ser a mesma que nos pacientes com TB com sorologia negativa para HIV. Há muita experiência no tratamento desses pacientes com o esquema de 6 meses que contém rifampicina, 2RHZE/4RH (1, 36). Similarmente, o esquema de 4 meses com rifapentina e moxifloxacino produziu bons resultados em pacientes que também têm sorologia positiva para HIV (1).

6.1 Elegibilidade

Recentemente, a recomendação sobre o início da TARV em pacientes com TB foi ampliada para incluir todos os pacientes, qualquer que seja a contagem de linfócitos T CD4+. Embora os três esquemas (Tabela 2.1) possam ser iniciados em PVHA, o esquema de 6 meses é a opção preferida para pessoas com contagem de linfócitos T CD4+ inferior a 100 células/mm³.

6. Tratamento da TB-S em pessoas vivendo com HIV/aids

Em 2020, notificou-se em todo o mundo um total de 375.963 casos de TB em PVHA, o que corresponde a 9% dos 4,2 milhões de pessoas com diagnóstico de TB e resultado positivo em um teste de HIV. De modo geral, a porcentagem de pessoas com diagnóstico de TB e soropositivas para HIV caiu em todo o mundo nos últimos 10 anos.

A cobertura de TARV em pessoas com diagnóstico de TB e sorologia positiva para HIV foi de 88% em 2020, o mesmo nível de 2019. Em 2020, a maioria das pessoas que receberam TPT estava vivendo com HIV/aids.

Referências

  1. Normas internacionales para la asistencia antituberculosa. Haia: Tuberculosis Coalition for Technical Assistance; 2014.
  2. Health systems strengthening glossary [website]. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2016.
  3. A people-centred model of TB care. A blueprint for eastern European and central Asian countries, first edition.

6.3.4 Prestação de cuidados de fim de vida para pessoas com TB

Os cuidados de fim de vida podem ser prestados em um contexto de internação (em hospital ou centro de cuidados paliativos) ou em casa, dependendo dos seguintes fatores: preferência do paciente; disposição dos familiares e da comunidade em prestar assistência domiciliar; presença de necessidade clínica para atenção em regime de internação; e capacidade existente para controle adequado de infecções em cada contexto (91, 122).

6.3.3 Tomada de decisão sobre a suspensão do tratamento da TB

Quando se cogitar suspender o tratamento da TB-DR, deve haver uma discussão com toda a equipe clínica, incluindo o paciente e todos os médicos, enfermeiros, e profissionais de saúde ou apoiadores do tratamento da TB envolvidos nos cuidados do paciente. Se a equipe clínica decidir em conjunto que o tratamento deve ser suspenso, deve-se preparar um plano claro para abordar o assunto com o paciente e sua família. Esse processo geralmente requer interação pessoal com o paciente e a família, de preferência incluindo visitas domiciliares, e pode durar várias semanas.