Manuais Operacionais

9.1 Exame clínico

Em geral, nas primeiras semanas de tratamento há melhora do quadro clínico clássico de TB: tosse, produção de escarro, febre e perda de peso. Em pacientes com lesão pulmonar extensa (geralmente devido ao diagnóstico tardio), a tosse e a produção de escarro podem persistir após a conversão do escarro, mas mesmo esses pacientes costumam apresentar melhora um ou dois meses após iniciarem um tratamento efetivo.

9. Monitoramento da resposta ao tratamento

Este capítulo concentra-se no monitoramento do progresso do tratamento e na identificação de problemas que possam surgir durante o tratamento da TB-S. Entre os exemplos desses problemas estão reações adversas a medicamentos ou resposta tardia ao tratamento, que podem exigir exames complementares para decidir entre continuar ou modificar a estratégia de tratamento.

Todos os pacientes devem ser monitorados para avaliar sua resposta ao tratamento. O monitoramento periódico dos pacientes também facilita a adesão e a conclusão do tratamento.

8.3 Pessoas idosas

A TB em pessoas idosas desperta interesse especial em países com baixa incidência de TB nas regiões da OMS das Américas e da Europa, e é um problema que está aumentando na Ásia em razão do envelhecimento da população (5, 74). Os surtos em casas de repouso são frequentes, principalmente em países com baixa incidência de TB (75, 76). A ocorrência de TB em pessoas idosas também está relacionada à maior prevalência de comorbidades (p. ex., diabetes, insuficiência renal crônica e tabagismo) nessa faixa etária.

8.2 Gravidez

Há poucas informações epidemiológicas sobre TB na gravidez. No Reino Unido, a probabilidade de ocorrência de TB era duas vezes maior em mulheres que estavam no início do puerpério que em mulheres não grávidas (63).

8.1 Diabetes

O diabetes é uma doença comum, sobretudo em alguns países, onde até 30% a 40% dos pacientes com TB têm diabetes. A fração atribuível ao diabetes como fator de risco para a TB na população é superior a 10% em todas as regiões da OMS, exceto na África e no Pacífico Ocidental (5). Estima-se que o diabetes seja responsável por mais de 10% das mortes mundiais por TB em pessoas com sorologia negativa para o HIV (60).

7.4 Considerações sobre a implementação

Recomenda-se a testagem de HIV iniciada por provedores como parte da avaliação de todos os pacientes com TB e suspeita de TB doença. A testagem de HIV é ainda mais importante em pessoas com suspeita ou diagnóstico confirmado de TB extrapulmonar, em razão da maior frequência de acometimento extrapulmonar em pessoas com imunodepressão. A TB extrapulmonar é considerada doença por HIV em estágio clínico 4 segunda a classificação da OMS.

7.2 Composição e duração do esquema

Em adultos, tanto a TB pulmonar quanto a TB extrapulmonar podem ser tratadas com os mesmos esquemas, e o esquema básico é o 2RHZE/4RH, de 6 meses. À parte das recomendações da OMS, alguns especialistas sugerem 9 a 12 meses de tratamento para a meningite tuberculosa (devido ao grande risco de incapacidade e morte) (40) e 9 meses de tratamento para a TB osteoarticular (dada a dificuldade de avaliar a resposta ao tratamento) (40, 43-45).